Desaprovação ao governo Lula dispara sete pontos, chega a 56% e descola da aprovação
Pesquisa Quaest mostrou que 56% dos brasileiros veem governo indo na direção errada

A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira (2), que revela a desaprovação de 53% dos eleitores em relação ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é um retrato da insatisfação dos brasileiros – mas, também, da percepção de que o governo não tem reagido aos problemas.
Na prática, os números mostram que a maior parte da
população não acredita nos rumos do país. E vê um governo com incapacidade de
"agenda", ou seja, de priorizar a resolução dos entraves que atingem
diretamente a qualidade de vida das pessoas.
Também preocupa o fato de o governo estar perdendo avaliação positiva em parcelas da população numerosas e que fizeram a diferença para Lula ganhar a apertada eleição de 2022 contra Jair Bolsonaro.
É o caso das mulheres. Entre elas, foi a primeira vez que a desaprovação chegou a 53% e superou a aprovação, que ficou em 43%.
As mudanças na comunicação de Lula, nas entrevistas, no aumento da exposição não mudaram a sensação do brasileiro de que há uma incapacidade de reação.
Os resultados corroboram o cenário de deterioração da imagem do governo federal que vinha sendo apontado já há alguns meses por diversos institutos de pesquisa, como a própria Quaest, o Ipsos-Ipec e o Datafolha.
Também indicam que as tentativas de ajuste de rota promovidas por Lula não surtiram efeito na opinião popular até agora. De janeiro para cá, o presidente substituiu Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), cobrou ministros, ampliou o espaço em sua agenda para viagens pelo país e anunciou medidas como o crédito consignado para trabalhadores em regime CLT e a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil.
A troca na Secom, inclusive, foi pouco sentida pela população. A pesquisa Genial/Quaest mostra que 44% acham que a comunicação do governo Lula “está igual” desde a posse de Sidônio Palmeira, enquanto 19% veem melhora, e 21%, piora. Outros 16% não souberam opinar.
Quando instados a atribuir uma avaliação ao governo entre “positivo”, “regular” ou “negativo”, 41% dos entrevistados optaram pela pior classificação — taxa que era de 37% dois meses atrás. Foram 29% os que avaliaram a gestão Lula como “regular”, e 27%, como “positiva”. Ao longo dos pouco mais de dois anos do atual governo, esses três grupos vinham se equilibrando em torno de um terço cada, mas agora a distribuição se descolou, com um peso maior para a avaliação negativa.
A pesquisa traz indicações de que o desgaste da imagem do governo está ligado à insatisfação com o cenário econômico e a um sentimento de decepção com o retorno de Lula ao Planalto. Para 56%, o país está na direção errada (eram 50% em janeiro), e o mesmo percentual diz achar que a economia piorou nos últimos 12 meses — taxa 17 pontos acima da que havia sido registrada na pesquisa de dois meses atrás.
São 71% os que acham que o petista não tem conseguido cumprir as promessas de sua campanha, e mais da metade (53%) dos entrevistados considera que a gestão Lula 3 está pior que os outros dois mandatos do petista na Presidência. Outros 23% não veem diferença entre os três governos de Lula, e 20% acham o atual melhor.
Já na comparação com o mandato de Jair Bolsonaro, as opiniões se dividem: 43% dizem que o trabalho de Lula é pior que o de seu antecessor, enquanto 39% preferem o desempenho do petista. Trata-se de um empate técnico no limite da margem de erro, estimada em 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Fonte: O Globo
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